Aulas de inglês não tornam uma escola bilíngue

A oferta atual da educação bilíngue

Com o auxílio de novas tecnologias e melhor infraestrutura, o segmento de educação bilíngue no Brasil decolou, com centenas de escolas que anunciam uma proposta bilíngue espalhadas por todo país, refletindo a valorização e o reconhecimento pelos pais, dos benefícios que o bilinguismo pode trazer na vida dos filhos.

Corrida pelo mercado

Porém, com esse cenário de grande expansão, o acirramento da concorrência entre as escolas fez com que a oferta de um ensino “bilíngue” fosse comum em várias instituições, acarretando um grande número de escolas oferecendo essa modalidade, porém sem realmente ter uma estrutura, equipe e proposta pedagógica para criar um ambiente bilíngue.

O que não é educação bilíngue

Com isso em mente, podemos verificar alguns pontos que não fazem uma escola bilíngue, porém são destacados e ofertados como tal.

Características como parcerias com escolas de idiomas, e aumento da carga horária do idioma na grade comum, não são considerados atributos que fazem uma escola bilíngue, pois trabalham o idioma isoladamente, tratando a língua apenas como uma meta a ser alcançada.

Além disso, a escola deve contar com profissionais formados, proficientes e com experiência na área, possibilitando a criação de uma proposta pedagógica elaborada e eficiente.

Educação bilíngue não se limita ao idioma

Por conta do reconhecimento e valorização do bilinguismo, a oferta de materiais didáticos, consultorias, e programas para educação bilíngue cresceu de forma exponencial, porém, em uma breve análise, é possível observar que grande parte dessas propostas se limitam ao desenvolvimento linguístico, focando seus esforços na estrutura gramatical hierárquica da língua.

Livros didáticos não levam ao bilinguismo

A utilização de livros didáticos e matérias em inglês também é bastante utilizada, porém sem integração entre a língua e o conteúdo proposto em sala de aula. Dessa forma, esses materiais criam um aprendizado isolado, sem integração com o cotidiano e a vida dos alunos, perdendo todo potencial de associação da língua aos problemas e situações vividas durante todo o aprendizado.

O idioma não deve ser apenas uma meta

Ao mesmo tempo que o segundo idioma é o objetivo de quem busca o bilinguismo, ele deve ser a ferramenta para alcançar esse objetivo. Dessa forma, a criança aprenderá a língua estrangeira enquanto a usa para efetivamente conquistar o aprendizado, assim como acontece com a língua materna, resolvendo problemas e construindo o conhecimento de forma natural e prática.

A imersão

A imersão visa o aprendizado de forma completa, criando um ambiente em que o aluno participa de forma ativa do próprio aprendizado, nele, o aluno vivencia toda a rotina em inglês, desde sua chegada, até a hora de ir embora. Dessa forma, a criança aprende a segunda língua da mesma forma que o idioma primário, por meio de interação social, de maneira natural e espontânea.

A constante evolução da educação

Para atingir a excelência em educação, as propostas pedagógicas devem estar em constante evolução, interpretando dados e adequando o aprendizado ao contexto dos alunos.

o longo dos anos, foram observados efeitos colaterais oriundos de práticas e métodos de aplicação do conhecimento em uma segunda língua, como pensamento crítico e autonomia. Portanto, essas competências devem ser trabalhadas de maneira integrada, visando o desenvolvimento integral do aluno, e todo potencial da educação bilíngue, e não somente um objetivo prático, como a fluência em uma segunda língua.

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